quinta-feira, outubro 31, 2002
o olair
um dos seres
mais fofos
do universo
saiu com este lema
que eu adoto já
fazer o possível
dentro do possível
um dos seres
mais fofos
do universo
saiu com este lema
que eu adoto já
fazer o possível
dentro do possível
modo mutley
desligado
agora operando
em modo animado
aleluia!
desligado
agora operando
em modo animado
aleluia!
domingo, outubro 27, 2002
a raiva é tanta
que eu mando um trecho
do capítulo 9
do apocalipse segundo são joão
que eu li na casa do schi
E do fumo do poço saíram gafanhotos para a terra e lhes foi dado um poder, como têm poder os escorpiões da terra. E lhes foi mandado que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma: se não somente aos homens que não têm o sinal de Deus nas suas testas. E lhes foi concedido não que os matassem: mas que os atormentassem cinco meses: e o seu tormento é como o tormento do escorpião quando fere o homem. E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão. E eles desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
que eu mando um trecho
do capítulo 9
do apocalipse segundo são joão
que eu li na casa do schi
E do fumo do poço saíram gafanhotos para a terra e lhes foi dado um poder, como têm poder os escorpiões da terra. E lhes foi mandado que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma: se não somente aos homens que não têm o sinal de Deus nas suas testas. E lhes foi concedido não que os matassem: mas que os atormentassem cinco meses: e o seu tormento é como o tormento do escorpião quando fere o homem. E naqueles dias os homens buscarão a morte, e não a acharão. E eles desejarão morrer, e a morte fugirá deles.
revolta
teu nome é
lavínia
teu nome é
lavínia
que queimem no inferno
todos os donos de empresas de comunicação
e seus medíocres capangas
todos os donos de empresas de comunicação
e seus medíocres capangas
sexta-feira, outubro 25, 2002
a vida é bela
a gente
que caga nela
a gente
que caga nela
terça-feira, outubro 22, 2002
segunda-feira, outubro 21, 2002
ainda não inventaram remédio
pra gente que vai embora
muito menos pra gente que vai embora
sem se despedir
pra gente que vai embora
muito menos pra gente que vai embora
sem se despedir
sexta-feira, outubro 18, 2002
é verdade
minha profissão
tem seu lado interessante
ontem, por exemplo,
fui entrevistar o padre quevedo
ele se despediu de mim
da maneira mais estranha:
"que a felicidade te atropele"
amém, padre, amém
minha profissão
tem seu lado interessante
ontem, por exemplo,
fui entrevistar o padre quevedo
ele se despediu de mim
da maneira mais estranha:
"que a felicidade te atropele"
amém, padre, amém
minha doce paulette
me mandou hoje
esta pérola
The Church of Skeptical Mysticism follows the path of daily affliction, not the path daily affirmation. While both are affirming in their own way, they follow radically different approaches to affirmation. Daily affirmations bathe you in light and manifest all that is positive. They promise that you can attract what you wish for by visualizing it. Afflictions make no such promises. They remind you that when you feel desperate and alone, you are. Afflictions mobilize the suppressed power of your dark side. If your inner child can help you cry again, just imagine what your inner critic, inner bigot, and inner psychopath can do to you.
You can't avoid suffering. The right affliction, however, can make your suffering more meaningful. It won't tell you the answer, but it can deepen an unresolvable question; it won't help you find yourself, but it might help you to realize that you're irretrievably lost. A strong affliction is profound yet painful. It reminds you that the truth will set you free, but first it will hurt like hell.
What afflicts one person, however, may not afflict another with sufficient severity. As you make your way through this difficult life, you must find the afflictions that are right for you. For only in darkness, light; only in paradox, truth; only in affliction, affirmation.
me mandou hoje
esta pérola
The Church of Skeptical Mysticism follows the path of daily affliction, not the path daily affirmation. While both are affirming in their own way, they follow radically different approaches to affirmation. Daily affirmations bathe you in light and manifest all that is positive. They promise that you can attract what you wish for by visualizing it. Afflictions make no such promises. They remind you that when you feel desperate and alone, you are. Afflictions mobilize the suppressed power of your dark side. If your inner child can help you cry again, just imagine what your inner critic, inner bigot, and inner psychopath can do to you.
You can't avoid suffering. The right affliction, however, can make your suffering more meaningful. It won't tell you the answer, but it can deepen an unresolvable question; it won't help you find yourself, but it might help you to realize that you're irretrievably lost. A strong affliction is profound yet painful. It reminds you that the truth will set you free, but first it will hurt like hell.
What afflicts one person, however, may not afflict another with sufficient severity. As you make your way through this difficult life, you must find the afflictions that are right for you. For only in darkness, light; only in paradox, truth; only in affliction, affirmation.
e outro pedaço de outro ainda
Fiz tantos versos a Teresinha...
Versos tão tristes, nunca se viu!
Pedi-lhe coisas. O que eu pedia
Era tão pouco! Não era glória...
Nem era amores... Nem foi dinheiro...
Pedia apenas mais alegria:
Santa Teresa nunca me ouviu!
Fiz tantos versos a Teresinha...
Versos tão tristes, nunca se viu!
Pedi-lhe coisas. O que eu pedia
Era tão pouco! Não era glória...
Nem era amores... Nem foi dinheiro...
Pedia apenas mais alegria:
Santa Teresa nunca me ouviu!
mais um pedacinho de outro bandeira
Perdi o jeito de sofrer.
Ora essa.
Não sinto mais aquele gosto cabotino da tristeza.
Quero alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!
Perdi o jeito de sofrer.
Ora essa.
Não sinto mais aquele gosto cabotino da tristeza.
Quero alegria! Me dá alegria,
Santa Teresa!
a canção do suicida
do manoel bandeira
Não me matarei, meus amigos.
Não o farei, possivelmente.
Mas que tenho vontade, tenho.
Tenho e, muito curiosamente,
Com um tiro. Um tiro no ouvido,
Vingança contra a condição
Humana, ai de nós! sobre-humana
De ser dotado de razão.
do manoel bandeira
Não me matarei, meus amigos.
Não o farei, possivelmente.
Mas que tenho vontade, tenho.
Tenho e, muito curiosamente,
Com um tiro. Um tiro no ouvido,
Vingança contra a condição
Humana, ai de nós! sobre-humana
De ser dotado de razão.
quarta-feira, outubro 16, 2002
terça-feira, outubro 15, 2002
segunda-feira, outubro 14, 2002
segundona
acabadona
sem ter feito
quase nada
acabadona
sem ter feito
quase nada
quinta-feira, outubro 10, 2002
quarta-feira, outubro 09, 2002
estou 100%
oh, boy
oh, boy
terça-feira, outubro 08, 2002
que vergonha, lavinia
chorando em pleno
horário comercial
chorando em pleno
horário comercial
"Deixa minha solidão intocada! cai fora do busto sobre a minha porta!
Tira o teu bico do meu coração e a tua figura da minha porta!"
ah, seu corvo de merda
obrigada por estragar
meu dia
Tira o teu bico do meu coração e a tua figura da minha porta!"
ah, seu corvo de merda
obrigada por estragar
meu dia
sinto uma saudade
que não tem
fundamento
que não tem
fundamento
segunda-feira, outubro 07, 2002
saudade
saudade
saudade
saudade
saudade
sábado, outubro 05, 2002
operando em
modo garbo
modo garbo
quinta-feira, outubro 03, 2002
finalmente
a venlafaxina
inunda minhas sinapses
de alegria
louvada seja
a indústria farmacêutica!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
a venlafaxina
inunda minhas sinapses
de alegria
louvada seja
a indústria farmacêutica!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quarta-feira, outubro 02, 2002
A solidão
Um jornalista filantropo me diz que a solidão é má para o homem; e, para sustentar essa tese, cita, como todos os incrédulos, as palavras dos Pais da Igreja.
Sei que o Demônio freqüenta com prazer os lugares áridos, e que o Espírito da morte e da lascívia se inflama maravilhosamente nas solidões. Mas é possível que essa solidão seja perigosa apenas para a alma vaga e divagante que se povoa com suas paixões e suas quimeras.
É certo que um bardo, cujo prazer supremo consiste em falar no alto de um púlpito ou de uma tribuna, se arriscaria fortemente a ficar louco de fúria na ilha de Robinson. Eu não exijo do meu jornalista as corajosas virtudes de Crusoé, mas peço que ele não faça acusações aos amantes da solidão e do mistério.
Há em nossas raças tagarelas indivíduos que aceitariam com menos repugnância o suplício supremo, se lhes fosse permitido fazer do alto do cadafalso uma copiosa ladainha, temendo apenas que os tambores de Santerre lhe roubem intempestivamente a palavra.
Eu não os culpo, porque sei que, com suas efusões oratórias, procuram volúpias iguais àquelas que outros gozam com o silêncio e o recolhimento, mas eu não os entendo.
Desejo sobretudo que meu maldito jornalista deixe que eu me divirta a meu modo. "Você então não se aflige nunca, _me disse ele, com um tom anasalado muito apostólico_ com a necessidade de partilhar seus prazeres?" Veja você a sutil inveja!I Ele disse que eu desprezo os seus, e ele vem se insinuar nos meus, o odioso estraga-prazeres!
"Essa grande infelicidade de não poder estar só!..." disse em algum lugar La Bruyère, como que para envergonhar a todos esses que tentam se esquecer na multidão, temendo, sem dúvida, não conseguir suportar a si mesmos.
"Quase todas as nossas tristezas vêm de não termos ficado no nosso quarto", disse um outro sábio, Pascal, acho eu, chamando assim à cela do recolhimento todos esses tolos que procuram a felicidade no movimento e numa prostituição que eu poderia chamar de fraterna, se eu quisesse falar a bela língua do nosso século.
Um jornalista filantropo me diz que a solidão é má para o homem; e, para sustentar essa tese, cita, como todos os incrédulos, as palavras dos Pais da Igreja.
Sei que o Demônio freqüenta com prazer os lugares áridos, e que o Espírito da morte e da lascívia se inflama maravilhosamente nas solidões. Mas é possível que essa solidão seja perigosa apenas para a alma vaga e divagante que se povoa com suas paixões e suas quimeras.
É certo que um bardo, cujo prazer supremo consiste em falar no alto de um púlpito ou de uma tribuna, se arriscaria fortemente a ficar louco de fúria na ilha de Robinson. Eu não exijo do meu jornalista as corajosas virtudes de Crusoé, mas peço que ele não faça acusações aos amantes da solidão e do mistério.
Há em nossas raças tagarelas indivíduos que aceitariam com menos repugnância o suplício supremo, se lhes fosse permitido fazer do alto do cadafalso uma copiosa ladainha, temendo apenas que os tambores de Santerre lhe roubem intempestivamente a palavra.
Eu não os culpo, porque sei que, com suas efusões oratórias, procuram volúpias iguais àquelas que outros gozam com o silêncio e o recolhimento, mas eu não os entendo.
Desejo sobretudo que meu maldito jornalista deixe que eu me divirta a meu modo. "Você então não se aflige nunca, _me disse ele, com um tom anasalado muito apostólico_ com a necessidade de partilhar seus prazeres?" Veja você a sutil inveja!I Ele disse que eu desprezo os seus, e ele vem se insinuar nos meus, o odioso estraga-prazeres!
"Essa grande infelicidade de não poder estar só!..." disse em algum lugar La Bruyère, como que para envergonhar a todos esses que tentam se esquecer na multidão, temendo, sem dúvida, não conseguir suportar a si mesmos.
"Quase todas as nossas tristezas vêm de não termos ficado no nosso quarto", disse um outro sábio, Pascal, acho eu, chamando assim à cela do recolhimento todos esses tolos que procuram a felicidade no movimento e numa prostituição que eu poderia chamar de fraterna, se eu quisesse falar a bela língua do nosso século.
enquanto o serviço não chega
pobre baud é castigado
sem trégua
O desespero da velha
A velhinha enrugada se sentia toda revigorada vendo esse belo bebê em quem todo mundo fazia festa, a quem todo mundo gostaria de agradar; esse belo ser, tão frágil quanto ela, a velhinha, e, também como ela, sem dentes e sem cabelo.
E ela se aproxima dele, querendo que ele dê risada e faça cara de agrado.
Mas a criança apavorada se debatia com os carinhos da boa mulher decrépita, e enchia a casa com seus gritos.
Então a boa velha se retira para sua solidão eterna, e ela chora num canto, dizendo a si mesma: -- Ah! para nós, velhas mulheres infelizes, passou a idade de agradar, mesmo aos inocentes; e nós causamos horror às criancinhas que queremos amar!
pobre baud é castigado
sem trégua
O desespero da velha
A velhinha enrugada se sentia toda revigorada vendo esse belo bebê em quem todo mundo fazia festa, a quem todo mundo gostaria de agradar; esse belo ser, tão frágil quanto ela, a velhinha, e, também como ela, sem dentes e sem cabelo.
E ela se aproxima dele, querendo que ele dê risada e faça cara de agrado.
Mas a criança apavorada se debatia com os carinhos da boa mulher decrépita, e enchia a casa com seus gritos.
Então a boa velha se retira para sua solidão eterna, e ela chora num canto, dizendo a si mesma: -- Ah! para nós, velhas mulheres infelizes, passou a idade de agradar, mesmo aos inocentes; e nós causamos horror às criancinhas que queremos amar!
sim sim
pobre baud
O estrangeiro
-- Quem você ama mais, homem enigmático, diga: teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão?
-- Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
-- Teus amigos?
-- Você se serve de uma palavra que os meus sentidos, até esse dia, desconheciam.
-- Tua pátria?
-- Eu ignoro em que latitude ela se situa.
-- A beleza?
-- Eu a amaria prontamente, deusa e imortal.
-- O ouro?
-- Eu o odeio como você odeia Deus.
-- Eh! o que você ama, então, estrangeiro extraordinário?
-- Eu amo as nuvens... as nuvens que passam...ali... ali... as nuvens maravilhosas!
pobre baud
O estrangeiro
-- Quem você ama mais, homem enigmático, diga: teu pai, tua mãe, tua irmã ou teu irmão?
-- Não tenho pai, nem mãe, nem irmã, nem irmão.
-- Teus amigos?
-- Você se serve de uma palavra que os meus sentidos, até esse dia, desconheciam.
-- Tua pátria?
-- Eu ignoro em que latitude ela se situa.
-- A beleza?
-- Eu a amaria prontamente, deusa e imortal.
-- O ouro?
-- Eu o odeio como você odeia Deus.
-- Eh! o que você ama, então, estrangeiro extraordinário?
-- Eu amo as nuvens... as nuvens que passam...ali... ali... as nuvens maravilhosas!
à espera do retorno de uma ligação
vai outro baudelaire
O cachorro e o frasco
"-- Meu belo cão, meu bom cão, meu querido totó, aproxime-se e venha cheirar um excelente perfume comprado na melhor perfumaria da cidade."
E o cachorro, abanando o rabo, que é, acho eu, nesses pobres seres, o signo correspondente a rir e a sorrir, se aproxima e pousa curiosamente o nariz úmido sobre o frasco destampado; depois, recuando subitamente com espanto, late para mim, como se me recriminasse.
"-- Ah! cão miserável, se eu te tivesse oferecido um pacote de excrementos, você o teria cheirado com delícia e talvez até o devorado. Assim, você mesmo, companheiro indigno da minha triste vida, você se parece com o público, a quem não se deve nunca apresentar os perfumes delicados que o exasperam, mas, sim, fezes cuidadosamente escolhidas."
vai outro baudelaire
O cachorro e o frasco
"-- Meu belo cão, meu bom cão, meu querido totó, aproxime-se e venha cheirar um excelente perfume comprado na melhor perfumaria da cidade."
E o cachorro, abanando o rabo, que é, acho eu, nesses pobres seres, o signo correspondente a rir e a sorrir, se aproxima e pousa curiosamente o nariz úmido sobre o frasco destampado; depois, recuando subitamente com espanto, late para mim, como se me recriminasse.
"-- Ah! cão miserável, se eu te tivesse oferecido um pacote de excrementos, você o teria cheirado com delícia e talvez até o devorado. Assim, você mesmo, companheiro indigno da minha triste vida, você se parece com o público, a quem não se deve nunca apresentar os perfumes delicados que o exasperam, mas, sim, fezes cuidadosamente escolhidas."