quarta-feira, julho 31, 2002
eu ganhei
um manoel de barros
lindo da fafá e do zk
e é ele que eu reproduzo:
Ocupo muito de mim com o meu desconhecer.
Sou um sujeito letrado em dicionários.
Não tenho que 100 palavras.
Pelo menos uma vez por dia vou no Morais ou no Viterbo_
A fim de consertar minha ignorãça,
mas só acrescenta.
Despesas para minha erudição tiro nos almanaques:
_Ser ou não ser, eis a questão.
Ou na porta dos cemitérios:
_Lembra que és pó e ao pó tu voltarás.
Ou no verso das folhinhas:
_Conhece-te a ti mesmo.
Ou na boca do povinho:
_Coisa que não acaba no mundo é gente besta e pau seco.
Etc
Etc
Etc
Maior que o infinito é a encomenda.
...
um manoel de barros
lindo da fafá e do zk
e é ele que eu reproduzo:
Ocupo muito de mim com o meu desconhecer.
Sou um sujeito letrado em dicionários.
Não tenho que 100 palavras.
Pelo menos uma vez por dia vou no Morais ou no Viterbo_
A fim de consertar minha ignorãça,
mas só acrescenta.
Despesas para minha erudição tiro nos almanaques:
_Ser ou não ser, eis a questão.
Ou na porta dos cemitérios:
_Lembra que és pó e ao pó tu voltarás.
Ou no verso das folhinhas:
_Conhece-te a ti mesmo.
Ou na boca do povinho:
_Coisa que não acaba no mundo é gente besta e pau seco.
Etc
Etc
Etc
Maior que o infinito é a encomenda.
...
domingo, julho 28, 2002
eu odeio
escrever notas
escrever notas
o lendário tom
informa que o proxy da firma
não tem nada contra o binho
lá na polônia o site
também é dado como proibido
o que acontece?
informa que o proxy da firma
não tem nada contra o binho
lá na polônia o site
também é dado como proibido
o que acontece?
mais uma vez
o chileno lucho
Borra mi nombre de tu cuaderno
ya no soporto este infierno
de nuestro amor fracasado
Deja que siga nuevos caminos
en busca de otros cariños
borremos nuestro pasado
Mas si algún día tal vez la nostalgia llegara
no te preocupes yo ahogaré mis penas
bebiendo en un bar
Cree, toda quimera se esfuma
como blancura de espuma
que se desmaya en la arena
o chileno lucho
Borra mi nombre de tu cuaderno
ya no soporto este infierno
de nuestro amor fracasado
Deja que siga nuevos caminos
en busca de otros cariños
borremos nuestro pasado
Mas si algún día tal vez la nostalgia llegara
no te preocupes yo ahogaré mis penas
bebiendo en un bar
Cree, toda quimera se esfuma
como blancura de espuma
que se desmaya en la arena
lucho gatica en la cabeza
cariño como el nuestro
es un castigo
que se lleva en el alma
hasta la muerte
mi suerte
necessita de tu suerte
y tú me necessitas
mucho más
cariño como el nuestro
es un castigo
que se lleva en el alma
hasta la muerte
mi suerte
necessita de tu suerte
y tú me necessitas
mucho más
domingão de plantão
que chateação
que chateação
sábado, julho 27, 2002
a doce katia postou
essa lindeza
e eu transcrevo
AVISO AOS NAVEGANTES
roubaram minha rede
só pesco com emprestada
e hora marcada
fui atrás do ladrão
morreu de morte morrida
verdade/mentira
ou desculpa esfarrapada
parece até piada...
essa lindeza
e eu transcrevo
AVISO AOS NAVEGANTES
roubaram minha rede
só pesco com emprestada
e hora marcada
fui atrás do ladrão
morreu de morte morrida
verdade/mentira
ou desculpa esfarrapada
parece até piada...
_e aí, o que tem feito?
_existido, como qualquer pessoa normal.
_existido, como qualquer pessoa normal.
essa semana
foi total bruxa solta
só mesmo
postando muito velvet
foi total bruxa solta
só mesmo
postando muito velvet
segunda-feira, julho 22, 2002
romance de uma caveira
de alvarenga e ranchinho
eram duas caveiras que se amavam
e à meia-noite se encontravam
pelo cemitério os dois passeavam
e juras de amor, então, trocavam
sentados os dois n'riba da lousa fria
a caveira apaixonada assim dizia
que pelo caveiro de amor morria
e ele de amores por ela vivia
ao longe uma coruja cantava alegre
ao ver os dois caveiros assim felizes
e quando se beijavam em tom fúnebre
a coruja batendo as asas pedia bis
mas um dia chegou de pé junto
um cadáver novo de um defunto
e a caveira dele se apaixonou
e o caveiro antigo abandonou
o caveiro tomou uma bebedeira
e matou-se
matou-se de um modo romanesco
só por causa dessa ingrata caveira
que trocou ele por um defunto fresco
de alvarenga e ranchinho
eram duas caveiras que se amavam
e à meia-noite se encontravam
pelo cemitério os dois passeavam
e juras de amor, então, trocavam
sentados os dois n'riba da lousa fria
a caveira apaixonada assim dizia
que pelo caveiro de amor morria
e ele de amores por ela vivia
ao longe uma coruja cantava alegre
ao ver os dois caveiros assim felizes
e quando se beijavam em tom fúnebre
a coruja batendo as asas pedia bis
mas um dia chegou de pé junto
um cadáver novo de um defunto
e a caveira dele se apaixonou
e o caveiro antigo abandonou
o caveiro tomou uma bebedeira
e matou-se
matou-se de um modo romanesco
só por causa dessa ingrata caveira
que trocou ele por um defunto fresco
terça-feira, julho 16, 2002
essa coisa
não publica!
não publica!
sexta-feira, julho 12, 2002
depois de muitos anos, consegui dar uma traduzida nesse poema sobre bolinhas da anne sexton, um dos pilares da poesia confessional, a mulher que ensinou a sylvia plath a abrir o gás do fogão. não recomendo para os portadores de marcapasso
A viciada
Patroa da morte,
patroa do sono,
com cápsulas na mão toda noite.
Oito por vez, de doces vidros farmacêuticos.
Faço os preparativos para uma jornada de miligramas.
Sou a rainha dessa condição.
Sou uma mulher viajada.
E agora me chamam de viciada.
Agora me perguntam por quê.
Quê?
Não sabem
que eu prometi morrer!
Estou praticando.
Só mantendo a forma.
As pílulas são uma mãe, melhorada,
de todas as cores e bom como bala azedinha.
Estou fazendo a dieta da morte.
Sim, admito.
Tornou-se um certo hábito.
Oito por vez, no olho,
enlevada pelo rosa, o laranja,
o verde e o boa-noite branco.
Estou virando meio combinação
química.
É isso!
Meu estoque
de comprimidos
tem que durar anos e anos.
Gosto mais deles que de mim.
Teimosos do inferno, não me deixam.
É tipo um casamento.
Tipo uma guerra
e eu jogo bombas pra dentro
de mim.
Sim
eu tento
me matar em pequenas porções,
ocupação inócua.
Na verdade, estou amarrada nela.
Mas lembre que eu não faço barulho demais.
E, francamente, ninguém precisa me arrastar,
não fico por aí enrolada nos lençóis.
Sou um docinho na minha camisolinha amarela.
Engolindo minhas oito porções de uma vez,
e na ordem como
se postasse as mãos
ou no sacramento negro.
É uma cerimônia
mas, como em qualquer esporte,
cheia de regras.
É como um jogo de tênis com música
e a minha boca sempre pega a bola.
Depois eu jazo no meu altar
elevada pelos oito beijos químicos.
E que alívio é isso:
dois rosa, dois laranja,
dois verdes e dois boa-noites brancos.
Fuein-fuein-fuein-fuein-fuein.
Agora bateu.
Agora eu senti.
A viciada
Patroa da morte,
patroa do sono,
com cápsulas na mão toda noite.
Oito por vez, de doces vidros farmacêuticos.
Faço os preparativos para uma jornada de miligramas.
Sou a rainha dessa condição.
Sou uma mulher viajada.
E agora me chamam de viciada.
Agora me perguntam por quê.
Quê?
Não sabem
que eu prometi morrer!
Estou praticando.
Só mantendo a forma.
As pílulas são uma mãe, melhorada,
de todas as cores e bom como bala azedinha.
Estou fazendo a dieta da morte.
Sim, admito.
Tornou-se um certo hábito.
Oito por vez, no olho,
enlevada pelo rosa, o laranja,
o verde e o boa-noite branco.
Estou virando meio combinação
química.
É isso!
Meu estoque
de comprimidos
tem que durar anos e anos.
Gosto mais deles que de mim.
Teimosos do inferno, não me deixam.
É tipo um casamento.
Tipo uma guerra
e eu jogo bombas pra dentro
de mim.
Sim
eu tento
me matar em pequenas porções,
ocupação inócua.
Na verdade, estou amarrada nela.
Mas lembre que eu não faço barulho demais.
E, francamente, ninguém precisa me arrastar,
não fico por aí enrolada nos lençóis.
Sou um docinho na minha camisolinha amarela.
Engolindo minhas oito porções de uma vez,
e na ordem como
se postasse as mãos
ou no sacramento negro.
É uma cerimônia
mas, como em qualquer esporte,
cheia de regras.
É como um jogo de tênis com música
e a minha boca sempre pega a bola.
Depois eu jazo no meu altar
elevada pelos oito beijos químicos.
E que alívio é isso:
dois rosa, dois laranja,
dois verdes e dois boa-noites brancos.
Fuein-fuein-fuein-fuein-fuein.
Agora bateu.
Agora eu senti.
também cometi isso com o "her kind", da anne
Tipo essa
Saí, bruxa possuída,
assombrando o ar, corajosa na noite preta,
me achando má, lição aprendida,
de janela acesa em janela acesa.
Coisa só, dos doze dedos, avessa.
Mulher assim não é mulher, não que se preza.
Eu fui tipo essa.
Descobri as cavernas quentes da floresta,
enchi de prateleiras, desenhos, relevos,
armários, sedas, inumeráveis coisas;
fiz a janta pros vermes e pros elfos:
arranjando o desarrumado, chorosa.
Mulher assim é incompreendida.
Eu fui tipo essa.
Andei no seu carro, moço,
Passei pelas cidades com os braços de fora, abanando pra elas.
Aprendendo os caminhos menos espertos, colosso,
as chamas ainda me mordendo as coxas,
as costelas partindo quando giram a manivela.
Mulher assim não tem vergonha de finar-se.
Eu fui tipo essa.
Tipo essa
Saí, bruxa possuída,
assombrando o ar, corajosa na noite preta,
me achando má, lição aprendida,
de janela acesa em janela acesa.
Coisa só, dos doze dedos, avessa.
Mulher assim não é mulher, não que se preza.
Eu fui tipo essa.
Descobri as cavernas quentes da floresta,
enchi de prateleiras, desenhos, relevos,
armários, sedas, inumeráveis coisas;
fiz a janta pros vermes e pros elfos:
arranjando o desarrumado, chorosa.
Mulher assim é incompreendida.
Eu fui tipo essa.
Andei no seu carro, moço,
Passei pelas cidades com os braços de fora, abanando pra elas.
Aprendendo os caminhos menos espertos, colosso,
as chamas ainda me mordendo as coxas,
as costelas partindo quando giram a manivela.
Mulher assim não tem vergonha de finar-se.
Eu fui tipo essa.
quarta-feira, julho 10, 2002
terça-feira, julho 09, 2002
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
como é possível
dizer que não se quer alguém mal
mas, ao mesmo tempo,
dizer que não pode ficar perto?
ai, eu odeio me sentir injusta!
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
como é possível
dizer que não se quer alguém mal
mas, ao mesmo tempo,
dizer que não pode ficar perto?
ai, eu odeio me sentir injusta!
faço coro com a caru
nesse lindo cesário verde
Hei-de mostrar, tão triste e tenebroso,
Os pegos abismais da minha vida,
E hei-de olhá-la dum modo tão nervoso,
Que ela há-de, enfim, sentir-se constrangida,
Cheia de dor, tremente, alucinada,
E há-de chorar, chorar enternecida!
E eu hei-de, entáo, soltar uma risada...
nesse lindo cesário verde
Hei-de mostrar, tão triste e tenebroso,
Os pegos abismais da minha vida,
E hei-de olhá-la dum modo tão nervoso,
Que ela há-de, enfim, sentir-se constrangida,
Cheia de dor, tremente, alucinada,
E há-de chorar, chorar enternecida!
E eu hei-de, entáo, soltar uma risada...
minha amada ivete
me manda o melhor conselho
escolher bem o roteiro
é fundamental
me manda o melhor conselho
escolher bem o roteiro
é fundamental
segunda-feira, julho 08, 2002
sexta-feira, julho 05, 2002
uma mulher que mora sozinha
precisa de muitos
copos e colheres
precisa de muitos
copos e colheres
quarta-feira, julho 03, 2002
estou tentando
não acionar
o modo greta garbo
não acionar
o modo greta garbo
como diria o lino
i love mankind
it's people i can't stand
i love mankind
it's people i can't stand
solidão apavoora
tudo demorando em ser
tão ruim
mas alguma coisa acontece
no quando agora em mim
cantando eu mando
a tristeza emboora
tudo demorando em ser
tão ruim
mas alguma coisa acontece
no quando agora em mim
cantando eu mando
a tristeza emboora